«Histórias de ver e andar foi o nome dado pelos árabes às
narrativas de viagem, em épocas de descobrir mundos. Mas não é
necessário ir longe para mudar de horizonte: o desconhecido mora ao
lado, e também dentro da nossa porta. Reconhecê-lo – ou não – depende do
modo de ver. E do modo de andar.
Críticas de imprensa
No
fim de cada um destes contos descobriremos que a vida, a nossa própria
vida, não estava exactamente no lugar que pensávamos. […] Teolinda sobe
as escadas do banal quotidiano para alcançar a câmara escura do ser. […]
São catorze contos que nos precipitam em muito mais do que catorze
mundos. Porque estes contos atravessam o comum da solidão e do desespero
para chegar ao incomum singular da inquietação. E é isso o melhor que
se pode esperar da ficção: que nos faça viajar até esse lugar
simultaneamente próximo e longínquo, fervente, obscuro, que escondemos
sob o véu social da identidade.
Inês Pedrosa, Expresso
A
arte de Teolinda consegue o supremo prodígio de dar voz a um mundo
interno, que tem a espessura da realidade televisionada (os mesmos
lugares comuns, os mesmos valores, a mesma lógica) e simultaneamente
deixar emergir o outro lado, o lado obscuro, surpreendido nas
entrelinhas, nos sonhos, no grão de voz, em pequenos detalhes, que os
títulos dos contos põem em evidência (As Laranjas, Natureza Morta com
Cabeça de Goraz), e se tornam o elemento iluminador (ordenador) da
experiência relatada.
Linda Santos Costa, Público»
in http://www.sextanteeditora.pt/, consultado em 1/6/2016
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