sexta-feira, 22 de maio de 2015

POESIA de fim de aulas

Da forma como a poesia nos mostra o quão pouco mudam os tempos e as vontades:

Sinto quase um arrepio
1
Sinto quase um arrepio,
Meu Platão só de pensar
Que andei anos a estudar. 
É tempo de ir ver o rio,
No verde matar a sede
Lá nas fontes cristalinas
Onde há flores belas, tão finas,
E o pescador arma a rede.
2
Que ganha quem assim estudou?
Só desventura e tormento.
E o ribeiro, entretanto,
Da vida quase chegou
Ao seu fim, e eu receio
Nem me ter apercebido
Tudo volta (sem sentido)
À terra de onde proveio
(...)
Martin Opitz, Alemanha (1597-1639), in, Rosa do Mundo, Assírio e Alvim, Porto Editora, 2001

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