sexta-feira, 15 de maio de 2015

POESIA



A propósito do lançamento do livro póstumo do poeta Herberto Helder (1930-2015), Poemas Canhotos, editado pela Porto Editora, citamos o artigo do Jornal de Notícias, na sua versão on line:

"Desde nascer a morrer que não entendo nada", lê-se num dos poemas, no qual o autor se questiona: "que interessa fazer a barba/ se é tudo para cremar/ desde as unhas dos pés aos espelhos soberanos - Leonardo, Camões, Newton, Amadeus Mozart/ et coetera/ que interessa?"
No desafio à morte, Herberto Helder recorda igualmente o universo de Gertrude Stein ("morrer por uma rosa é que fia mais fino"), fala das caricaturas dinamarquesas ("a malta gozava fazendo caricaturas sacrílegas dos ayatolas/ mais um pouco e salvava-se o mundo"), do poeta António Ramos Rosa ("estava deitado na cama contra a parede e fechou os olhos e fechou a boca e ficou todo fechado e então morreu todo fundo e completo de uma só vez [...] e ele sou eu").

Porque, afinal, os jornais diários também podem falar de poesia!

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