quinta-feira, 26 de março de 2015

CEM ANOS DA REVISTA ORPHEU


 Quase em simultâneo, a morte do poeta Herberto Hélder e a comemoração dos cem anos da revista Orpheu! Se é que é possível datar o nascimento de uma revista literária e a morte de um poeta...
Sobre Herberto, calemo-nos, pois era essa a vontade do poeta. Já sobre a (o) Orpheu, recordemos que, apenas com dois números publicados, em Março e Junho de 1915, revestiu-se de um notável significado no panorama artístico e literário em Portugal. Sendo um projeto eminentemente literário pensado por Fernando Pessoa e Mário de Sá-Carneiro, procura romper com o tradicionalismo nacionalista e europeizar as letras portuguesas. Na Orpheu se destacam também artistas plásticos, como Almada Negreiros (que fez o célebre Retrato de Fernando ou Lendo Orpheu, em que Pessoa surge sentado a uma mesa e onde se vê o número 2 da revista) e Santa-Rita Pintor. Na revista se divulgaram trabalhos absolutamente vanguardistas que escandalizariam a crítica e o público, nomeadamente, a Ode Triunfal, de Álvaro de Campos, um dos heterónimos de Fernando Pessoa, cuja obra, na época, não ultrapassava um pequeno círculo de amigos e admiradores. NOS NOSSOS DIAS, COMO SERIA UMA REVISTA VANGUARDISTA?

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