segunda-feira, 27 de abril de 2015

Concurso Nacional de Leitura - Fase distrital

Este ano letivo, a fase distrital do Concurso Nacional de Leitura decorreu no Parque de Exposições em Braga e foi organizada pela Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva.
Como habitualmente a ESVV esteve presente com seis participantes a quem damos os parabéns pelo empenho e participação honrosa. 



Representação dos alunos do 3º ciclo
Daniel Araújo, Nuno Oliveira e Mariana Maciel


Representação dos alunos do ensino secundário -
Alexandre Correia, Ângela Sousa, Diana Barbosa -
e as professoras Graça Peixoto e Maria José Ribeiro, docentes de Português dos alunos

sábado, 25 de abril de 2015

25 DE ABRIL

O Dia da Liberdade


25 de Abril
Este dia é um canteiro
com flores todo o ano
e veleiros lá ao largo
navegando a todo o pano.
E assim se lembra outro dia febril
que em tempos mudou a história
numa madrugada de Abril,
quando os meninos de hoje
ainda não tinham nascido
e a nossa liberdade
era um fruto prometido,
tantas vezes proibido,
que tinha o sabor secreto
da esperança e do afecto
e dos amigos todos juntos
debaixo do mesmo tecto.

COMUNIDADE DE LEITORES

Desta vez a  comunidade leu e gostou da obra Stoner, de John Williams. Recomendou-a, vivamente, a professores e alunos, uma vez que retrata de uma forma despudorada a realidade universitária, no que ela tem de melhor e pior: da construção das relações professor-aluno (da desconfiança inicial, à intimidade possível), à tensão entre docentes num universo concentracionário. Nota máxima! Ainda vão a tempo de a ler! Há ainda alguns exemplares a circular entre nós.

quinta-feira, 23 de abril de 2015

23 de abril - Dia do Livro e do Direito de Autor


A biblioteca escolar da ESVV comemora o dia do livro convidando todos os docentes para um pequeno almoço no dia da (re)inauguração da biblioteca. Hoje, de acordo com a tradição catalã, oferece uma rosa a quem comprar/ler um livro.
 


terça-feira, 21 de abril de 2015

Centenário do Teatro Circo

Comemora-se hoje o centenário do Theatro Circo que foi inaugurado a 21 de Abril de 1915. Obra do arquitecto João Moura Coutinho é um dos belos teatros do país .

Para conhecer a sua programação: 

www.theatrocirco.com







segunda-feira, 20 de abril de 2015

À conversa com... RAFAEL BARBOSA Jornalista/Cronista



Decorreu hoje, no anfiteatro da ESVV, a conversa com o jornalista Rafael Barbosa em torno do jornalismo literário e responsabilidade social dos media, organizada pela professora Sandra Cardoso, no âmbito do trabalho que tem vindo a ser desenvolvido na disciplina de Português na turma 10º N.
Os alunos, que tinham previamente lido as crónicas de Rafael Barbosa, questionaram este jornalista sobre a temática das mesmas e o papel do cronista. Na sessão também estiveram presentes as turmas 11º I e 10º B.

quinta-feira, 16 de abril de 2015

abril - mês da prevenção dos maus-tratos na infância



A CPCJ de Vila Verde distingue uma vez mais o mês de abril como o mês internacional da prevenção dos maus tratos na infância.

Entre outras estratégias, um dos objetivos desta sensibilização passa pela transmissão desta mensagem de proteção e promoção dos direitos das crianças a cada criança e jovem do concelho, através dos professores, profissionais privilegiados nesta matéria. Assim, convida-se cada professor a usar o laço azul da campanha (entregue nos diferentes agrupamentos de escola) entre os dias 15 e 22 de abril, de modo a provocar o questionamento das crianças e jovens e estimular um ou mais momentos de abordagem ao tema, reforçando a relação de confiança e proteção.

O laço azul tem a sua origem em 1989, na Virgínia (EUA) quando uma avó, Bonnie W. Finney, atou uma fita azul à antena do seu carro para fazer, precisamente, com que as pessoas se questionassem, alertando para os maus tratos à sua neta, em que o azul representava a cor dos hematomas.

Conscientes de que existe, muito provavelmente, uma realidade escondida por detrás de uma realidade reportada, igualmente ou até mais danosa, a CPCJ de Vila Verde vem reforçar a importância de criar vínculos protetores entre adultos e crianças/jovens e entre os diferentes elementos da comunidade, que se pretende mais atenta e preventiva.


quarta-feira, 15 de abril de 2015

The voice



Comemora-se, desde 2003, a 16 de abril, o Dia Mundial da Voz, principal meio de comunicação.

Para assinalar a efeméride link para a coletânea -  Best Songs Of Frank Sinatra /Frank Sinatra's Greatest Hits - de Frank Sinatra, cognominado "the voice".

https://www.youtube.com/watch?v=HHXnsmYenm8


 

Eco

No Dia Mundial da Voz, um excerto do poema Eco, de Miguel Torga

Desatei o nó cego do silêncio
E ouvi a minha voz
Tão velha, tão cansada!
Como pode ser ela, assim desfigurada,
A que um dia se ergueu num desafio
E cantou a revolta,
A liberdade e
E o amor?!
...

S. Martinho da Anta, 25 de agosto de 1979

in Diário XIII

terça-feira, 14 de abril de 2015

Dia Internacional do Café

O moinho de café

O moinho de café
Mói grãos e faz deles pó.
O pó que a minh’alma é
Moeu quem me deixa só.

Fernando Pessoa
12-10-1934
Quadras ao Gosto Popular. Fernando Pessoa. (Texto estabelecido e prefaciado por Georg Rudolf Lind e 
Jacinto do Prado Coelho.) Lisboa: Ática, 1965. (6ª ed., 1973). 
in http://arquivopessoa.net/textos/2023



in http://www.scielo.br/
scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-597020060004000
10

segunda-feira, 13 de abril de 2015

Queixas por violência no namoro em meio escolar aumentam em 50% num só ano


Queixas por violência no namoro em meio escolar aumentam em 50% num só ano

http://www.igualdade.gov.pt/
index.php/pt/accoes/praticas-bem-sucedidas/campanhas/
265-campanha-contra-a-violencia-no-namoro.html
Este é o título de um artigo publicado hoje, 13 de abril, no jornal Público e para o qual chamamos a atenção.
http://www.publico.pt/sociedade/noticia/queixas-por-violencia-no-namoro-em-meio-escolar-aumentam-em-50-num-so-ano-1692184

O tema, que tem sido abordado em contexto de sala de aula, nomeadamente no Curso Profissional de Apoio Psicossocial, faz parte das temáticas trabalhadas com os alunos do 11º ano pela GNR Escola Segura no âmbito do plano de ação 2014/2017.

Contrariamente ao que o título pode indiciar os casos de violência no namoro não tem aumentado mas "o que está a acontecer é um reconhecimento e uma maior consciência de que certos comportamentos que antes ocultados ou aceites socialmente são censuráveis" esclarece Ana Dias Cordeiro no referido artigo.

Concurso Nacional de Leitura - 2.ª FASE DISTRITAL - BRAGA

Foram selecionadas, pela Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva, e como leitura obrigatória, as seguintes duas obras:

ENSINO SECUNDÁRIO:

Título - No meu peito não cabem pássaros
Autor - Nuno Camarneiro
Editor - Dom Quixote


Sinopse (fornecida pela BLCS):

Um livro muito bem escrito sobre três figuras importantes: Kafka, Pessoa e Borges. Que linhas unem um imigrante que lava vidros num dos primeiros arranha-céus de nova iorque a um rapaz misantropo que chega a lisboa num navio e a uma criança que inventa coisas que depois acontecem? Muitas. Entre elas, as linhas que atravessam os livros.

Em 1910, a passagem de dois cometas pela Terra semeou uma onda de pânico. Em todo o mundo, pessoas enlouqueceram, suicidaram-se, crucificaram-se, ou simplesmente aguardaram, caladas e vencidas, aquilo que acreditavam ser o fim do mundo. Nos dias em que o céu pegou fogo, estavam vivos os protagonistas deste romance – três homens demasiado sensíveis e inteligentes para poderem viver uma vida normal, com mais dentro de si do que podiam carregar. Apesar de separados por milhares de quilómetros, as suas vidas revelam curiosas afinidades e estão marcadas, de forma decisiva, pelo ambiente em que cresceram e pelos lugares, nem sempre reais, onde se fizeram homens. Mas, enquanto os seus contemporâneos se deixaram atravessar pela visão trágica dos cometas, estes foram tocados pelo génio e condenados, por isso, a transformar o mundo. Cem anos depois, ainda não esquecemos nenhum deles.

Escrito numa linguagem bela e poderosa, que é a melhor homenagem que se pode fazer à literatura, "No Meu Peito não Cabem Pássaros" é um romance de estreia invulgar e fulgurante sobre as circunstâncias, quase sempre dramáticas, que influenciam o nascimento de um autor e a construção das suas personagens.



Título - Passageiro do fim do dia
Autor - Rubens Figueiredo
Editor - Dom Quixote

Sinopse (fornecida pela BLCS):

Cansado depois da semana de trabalho, oprimido pelo calor, distraído com o que se passa à sua volta e com a leitura, Pedro inicia uma viagem pessoal. Tudo o que vê e pensa cristaliza-se num novo conhecimento, mais profundo e mais crítico, de si mesmo, da sociedade onde vive, das pessoas a quem está ligado. O mundo em que elas estão imersas prende-as a caminhos e destinos em que os dados já foram lançados. Como na cena em que Darwin descreve a captura de uma aranha por uma vespa: "uma caçada tão sistemática quanto a de um cão que persegue uma raposa".

Prémio PT Literatura Prémio São Paulo de Literatura "Passageiro do Fim do Dia" é um romance necessário que nos obriga a lembrar o que esquecemos.






TEATRO

O Janelas foi ao teatro (No Alvo, de Thomas Bernhard, pela Companhia de Teatro de Braga, Theatro Circo) e, a esse propósito, deixa-vos um pensamento do dramaturgo, tirado do site Citador.

O Teatro do Trabalho

A maior parte da humanidade, sobretudo na Europa Central, simula trabalho, faz ininterruptamente teatro com o trabalho e aperfeiçoa até à idade avançada esse trabalho teatralizado, que tem tão pouco a ver com o verdadeiro trabalho como o verdadeiro e autêntico teatro com a vida real e verdadeira. No entanto, dado que as pessoas preferem sempre ver a vida como teatro a ver a própria vida, que, em última análise, lhes parece demasiado penosa e seca, como uma insolente humilhação, preferem fazer teatro a viver, fazer teatro a trabalhar. (...) Mas não é só nas chamadas classes mais altas que hoje o trabalho é geralmente já mais fingido que realmente feito, também entre as pessoas ditas mais simples esse teatro está bastante divulgado, as pessoas fingem trabalho por toda a parte, simulam actividade, quando, na realidade, apenas passam o tempo a mandriar e não fazem absolutamente nada e, em geral, em vez de se tornarem úteis, causam ainda por cima o maior prejuízo.
A maior parte dos trabalhadores e operários julga hoje que basta vestir o fato-macado azul, sem fazer seja o que for, para já não falar numa actividade útil, e faz do trabalho um teatro, e o seu traje é o fato-macaco azul que ostenta enfaticamente durante todo o dia, correndo com ele sem cessar de um lado para o outro e chegando mesmo muitas vezes a suar, mas esse suor é falso e, por isso, perverso e provém apenas de trabalho simulado, não real. Mesmo o povo já há muito tempo chegou à conclusão de que o trabalho simulado é mais rendoso que o realmente feito, ainda que nem de longe seja mais saudável, pelo contrário, e já só finge trabalho, em vez de efectivamente o executar, pelo que os Estados se encontram de repente, como nós vemos, à beira da ruína. Na verdade e na realidade já só há no mundo actores que do trabalho fazem teatro, não há trabalhadores. Tudo é fingido como no teatro, nada é realmente feito.

Thomas Bernhard, in 'Extinção'


http://www.citador.pt/textos/o-teatro-do-trabalho-thomas-bernhard

Concurso Nacional de Leitura - 2.ª FASE DISTRITAL - BRAGA

Ensino Básico – 3.º Ciclo

Foram selecionadas, pela Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva, e como leitura obrigatória, as seguintes duas obras:


Título - A árvore das palavras
Autor - Teolinda Gersão

Editor - Sextante

Sinopse:
A árvore das palavras é um retrato de Lourenço Marques, antes da guerra colonial e já depois do seu começo. É um livro sobre o fascínio de África e da cultura africana, sobre a mistura e o choque de culturas e também uma história perturbadora sobre o paraíso que se converte em pesadelo. Um livro mágico sobre a infância, à qual não se pode voltar, a não ser através do milagre da literatura.







Título - A história do senhor Sommer
Autor - Patrik Suskind
Ilustração - Jean-Jacques Sempé

Editor - Sextante

Sinopse:

«No tempo em que eu ainda trepava às árvores, vivia na nossa aldeia, a uns dois quilómetros da nossa casa, um homem a quem chamavam senhor Sommer. Ninguém sabia qual era o seu nome de baptismo e também ninguém sabia se ele tinha ou não uma profissão. Mas embora pouco se soubesse sobre o senhor Sommer, toda a gente o conhecia, pois andava permanentemente de um lado para o outro. Podia nevar ou cair granizo, podia estar um temporal ou chover a cântaros, podia o sol queimar ou aproximar-se um furacão, sempre o senhor Sommer peregrinava como uma alma penada, atravessando a paisagem e os sonhos do narrador...»

Obs. Livro recomendado pelo Plano Nacional de Leitura, para leitura orientada na Sala de Aula - Grau de dificuldade III, 7º Ano de escolaridade







sábado, 11 de abril de 2015

COMUNIDADE DE LEITORES

STONER, John Williams
Sexta, 17 de Abril, na Biblioteca da ESVV


Stoner, o professor universitário de Literatura atravessa (ele, os seus alunos e a universidade) duas guerras mundiais. Quanto ao segundo conflito mundial, diz, a dada altura, o narrador: "Durante esse período, continuou a lecionar e a estudar, embora por vezes sentisse que era em vão, que vergava as costas contra a tempestade fustigante e punha as mãos futilmente em concha para proteger o tremeluzir ténue do seu derradeiro fósforo." (STONER, John Williams, D. Quixote, 2014, p. 227).
Já agora, John Williams, também ele professor universitário de Literatura, esteve destacado na Índia e na Birmânia até ao fim da Segunda Guerra Mundial.
Ainda vão a tempo de ler a obra! Até sexta.

quarta-feira, 8 de abril de 2015

Dia Mundial da Astronomia

Imagem obtida pelo Telescópio Espacial Hubble mantendo a câmara aberta por 10 dias numa região aparentemente sem estrelas do céu.
in 
http://astro.if.ufrgs.br/univ/
Comemoramos o Dia Mundial da astronomia com publicação de poesia alusiva à temática

VII - Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver do Universo…

Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver do Universo...
Por isso a minha aldeia é tão grande como outra terra qualquer,
Porque eu sou do tamanho do que vejo
E não do tamanho da minha altura...

Nas cidades a vida é mais pequena
Que aqui na minha casa no cimo deste outeiro.
Na cidade as grandes casas fecham a vista à chave,
Escondem o horizonte, empurram o nosso olhar para longe de todo o céu,
Tornam-nos pequenos porque nos tiram o que os nossos olhos nos podem dar,
E tornam-nos pobres porque a nossa única riqueza é ver.
s.d.
“O Guardador de Rebanhos”. In Poemas de Alberto Caeiro. Fernando Pessoa. (Nota explicativa e notas de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor.) Lisboa: Ática, 1946 (10ª ed. 1993).
  - 32.
in http://arquivopessoa.net/textos/1486

Dia Mundial da Astronomia

Carta astral de Fernando Pessoa
in http://expresso.sapo.pt/a-carta-astral-de-fernando-pessoa=f621004
Um outra abordagem dos astros...


Não sei se os astros mandam neste mundo
Não sei se os astros mandam neste mundo,
Nem se as cartas —
As de jogar ou as do Tarot —
Podem revelar qualquer coisa.
Não sei se deitando dados
Se chega a qualquer conclusão.
Mas também não sei
Se vivendo como o comum dos homens
Se atinge qualquer coisa.
Sim, não sei
Se hei-de acreditar neste sol de todos os dias,
Cuja autenticidade ninguém me garante.
Ou se não será melhor, por melhor ou por mais cómodo,
Acreditar em qualquer outro sol —
Outro que ilumine até de noite. —
Qualquer profundidade luminosa das coisas
De que não percebo nada...
Por enquanto
(Vamos devagar)
Por enquanto
Tenho o corrimão da escada absolutamente seguro.
Seguro com a mão —
O corrimão que me não pertence
E apoiado ao qual ascendo...
Sim... Ascendo
Ascendo até isto:
Não sei se os astros mandam neste mundo...
5-1-1935
Álvaro de Campos - Livro de Versos . Fernando Pessoa. (Edição crítica. Introdução, transcrição, organização e notas de Teresa Rita Lopes.) Lisboa: Estampa, 1993. 
 - 214.
 in http://arquivopessoa.net/textos/3147

terça-feira, 7 de abril de 2015

FUTURO
foi eleita como palavra do ano pelos alunos da Escola Secundária de Vila Verde.
A escola como preparação para o futuro...
O futuro está na Escola...

A seleção da palavra, que decorreu durante a Semana da Leitura que teve como mote "Ler... Para lá das palavras", teve duas fases: levantamento, por amostragem, das palavras mais significativas; votação numa lista com as cinco palavras mais referidas.

A paixão grega

A Paixão Grega

Li algures que os gregos antigos não escreviam necrológios,
quando alguém morria perguntavam apenas:
tinha paixão?
quando alguém morre também eu quero saber da qualidade da sua paixão:
se tinha paixão pelas coisas gerais,
água,
música,
pelo talento de algumas palavras para se moverem no caos,
pelo corpo salvo dos seus precipícios com destino à glória,
paixão pela paixão,
tinha?
e então indago de mim se eu próprio tenho paixão,
se posso morrer gregamente,
que paixão?
os grandes animais selvagens extinguem-se na terra,
os grandes poemas desaparecem nas grandes línguas que desaparecem,
homens e mulheres perdem a aura
na usura,
na política,
no comércio,
na indústria,
dedos conexos, há dedos que se inspiram nos objectos à espera,
trémulos objectos entrando e saindo
dos dez tão poucos dedos para tantos
objectos do mundo
e o que há assim no mundo que responda à pergunta grega,
pode manter-se a paixão com fruta comida ainda viva,
e fazer depois com sal grosso uma canção curtida pelas cicatrizes,
palavra soprada a que forno com que fôlego,
que alguém perguntasse: tinha paixão?
afastem de mim a pimenta-do-reino, o gengibre, o cravo-da-índia,
ponham muito alto a música e que eu dance,
fluido, infindável,
apanhado por toda a luz antiga e moderna,
os cegos, os temperados, ah não, que ao menos me encontrasse a paixão
e eu me perdesse nela
a paixão grega


Herberto Helder 

sexta-feira, 3 de abril de 2015

Tributo a Manoel de Oliveira

A RBE publicou um tributo a Manoel de Oliveira, feito por Kornspel, através de uma montagem retirada de algumas obras do realizador. A música é de Michael Nyman.


Tributo a Manoel de Oliveira 


MANOEL DE OLIVEIRA

Agora que o nosso mais reconhecido, lá fora e cá dentro, realizador, nos deixou, guardaremos na memória os seus filmes, lentos e estranhos.
Na nossa biblioteca, quando ela acordar da letargia (vulgo "obras") em que se encontra, e percorrermos os olhos pelos seus livros esquecidos, haveremos de encontrar (no seu devido lugar, ou incomodamente encostado a um tratado de Física), um pequeno ensaio de António Pina sobre o Aniki-Bóbó (filme já abordado no nosso blog). Nele se diz, a páginas tantas, que "(...) o universo infantil, que constitui o centro de toda a acção em Aniki-Bóbó, é uma reprodução do mundo real dos homens tal como o conhecemos, reduzidos, no entanto, à sua funda e descarnada estrutura: Bem e Mal, justiça e injustiça, esperança e medo, felicidade e infelicidade, desejo e morte, amor e ódio." (Manuel António Pina, Aniki-Bóbó, Assírio&Alvim, 2012, p. 25)

quarta-feira, 1 de abril de 2015

SEMANA DA LEITURA - Conferência sobre Violência doméstica e do namoro

Conferência sobre Violência Doméstica e no Namoro organizada pelo 11ºI, Curso Técnico de Apoio Psicossocial, em articulação com a BE. Teve como oradora a dra Cristina Oliveira, presidente da CPCJ de Vila Verde. No âmbito da temática foi divulgado o livro "A mulher que ia contra as portas", de Roddy Doyle.

Cartaz 11º I

SEMANA DA LEITURA - Leituras andarilhas


LEITURAS ANDARILHAS... nas salas de aula

Leitura de excertos do conto "A saga", de Sophia de Mello Andresen



Leitura de crónicas de Valter Hugo Mãe publicadas no JL

SEMANA DA LEITURA - Haja luz!


Esta sessão, dirigida às turmas do 12º ano, ficou adiada para o 3º período.

SEMANA DA LEITURA - Anime e Mangá

Imagens da sessão do clube ONIGRI,da Escola Secundária de Vila Verde, na biblioteca da EB23 de Vila Verde, a apresentar "Anime e Mangá". Esta atividade, de articulação entre as duas escolas, teve duas sessões dirigidas a turmas do oitavo ano.


Ainda Herberto Helder

Ana Sousa Dias publicou no DN,  um excelente artigo sobre Herberto Helder, que divulgamos integralmente na biblioteca, e cujo início transcrevermos.

Um acontecimento excessivo
por ANA SOUSA DIAS25 março 2015

Se eu quisesse, enlouquecia." Esta é a primeira frase que li de Herberto Helder, é com ela que começa Os Passos em Volta. Dito de outra forma, mais caseira, é com ela que começam os passos em volta, o livro de 1963 que entrou na vida de várias gerações e se tornou companhia de dias inquietos, de viagens interiores, de recusas, de recusas. Nunca tinha lido nada assim, foi o que pensei e que ouvi de outros, que ainda oiço de outros quando alguém fala nesse livro. Ainda agora, que ele morreu e retomamos os livros, é isso que lá está. Nada assim. Só depois conheci a "poesia toda", dois volumes em que juntou "todos os poemas tidos pessoalmente como aproveitáveis, que o autor escreveu entre 1953 e 1971". Com essa vírgula, sim, que as vírgulas e os acentos têm um lugar próprio na gramática e na ortografia dele. "Esta edição pretende-se completa e definitiva." Definitivo, em 1973. Vinte e três anos depois,voltou a publicar uma nova "poesia toda", volume único, denso, pesado, pensado, definitivo.

in http://www.dn.pt/inicio/opiniao/interior.aspx?content_id=4473817&seccao=ana%20sousa%20dias

Herberto Helder

A melhor homenagem que uma biblioteca pode prestar a um autor é divulgar a sua obra. No nosso catálogo disponibilizamos os seguintes livros: