quarta-feira, 1 de abril de 2015

Ainda Herberto Helder

Ana Sousa Dias publicou no DN,  um excelente artigo sobre Herberto Helder, que divulgamos integralmente na biblioteca, e cujo início transcrevermos.

Um acontecimento excessivo
por ANA SOUSA DIAS25 março 2015

Se eu quisesse, enlouquecia." Esta é a primeira frase que li de Herberto Helder, é com ela que começa Os Passos em Volta. Dito de outra forma, mais caseira, é com ela que começam os passos em volta, o livro de 1963 que entrou na vida de várias gerações e se tornou companhia de dias inquietos, de viagens interiores, de recusas, de recusas. Nunca tinha lido nada assim, foi o que pensei e que ouvi de outros, que ainda oiço de outros quando alguém fala nesse livro. Ainda agora, que ele morreu e retomamos os livros, é isso que lá está. Nada assim. Só depois conheci a "poesia toda", dois volumes em que juntou "todos os poemas tidos pessoalmente como aproveitáveis, que o autor escreveu entre 1953 e 1971". Com essa vírgula, sim, que as vírgulas e os acentos têm um lugar próprio na gramática e na ortografia dele. "Esta edição pretende-se completa e definitiva." Definitivo, em 1973. Vinte e três anos depois,voltou a publicar uma nova "poesia toda", volume único, denso, pesado, pensado, definitivo.

in http://www.dn.pt/inicio/opiniao/interior.aspx?content_id=4473817&seccao=ana%20sousa%20dias

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